Câncer de Bexiga

Urologia Oncológica

O câncer de bexiga (CaB) é uma doença de comportamento potencialmente letal, com 70% dos pacientes apresentando-se inicialmente com tumor superficial e 30% são diagnosticados com tumor músculo invasivo associado com alto risco de morte e disseminação sistêmica.

Trata-se da segunda neoplasia maligna genitourinária em freqüência, com aumento da incidência ao longo dos anos, com pico dos 50 aos 70 anos, sendo três vezes mais comum no homem do que na mulher. Os fatores de risco para o desenvolvimento do CaB relacionam-se basicamente com exposição repetida à aminas aromáticas, nitritos, fenacetina, acroleina e arsênico. Todavia, o fator ambiental mais importante é o tabagismo.

Mais de 90% dos CaB são carcinomas uroteliais, 5% carcinoma de células escamosas e menos de 2% adenocarcinomas. Desde 1998, após o Consenso da Sociedade Internacional de Uropatologia, os tumores uroteliais foram classificados em quatro categorias:

• Papiloma
• Tumor Urotelial Papilifero com Baixo Potencial de Malignidade
• Carcinoma Urotelial Papilífero de Baixo Grau
• Carcinoma Urotelial Papilífero de Alto Grau.

• Hematúria (presença de sangue na urina) microscópica ou macroscópica, indolor e intermitente, é o sintoma e o sinal mais comum em CaB, ocorrendo em 75% dos pacientes.

• Sintomas irritativos como aumento da frequência, urgência e dificuldade miccionais, constituem a segunda apresentação mais freqüente de CaB, ocorrendo em 25% dos casos.

PATOLOGIA

Mais de 90% dos CaB são carcinomas uroteliais, 5% carcinoma de células escamosas e menos de 2% adenocarcinomas. Desde 1998, após o Consenso da Sociedade Internacional de Uropatologia, os tumores uroteliais foram classificados em quatro categorias:

• Papiloma
• Tumor Urotelial Papilifero com Baixo Potencial de Malignidade
• Carcinoma Urotelial Papilífero de Baixo Grau
• Carcinoma Urotelial Papilífero de Alto Grau.

SINTOMAS

• Hematúria (presença de sangue na urina) microscópica ou macroscópica, indolor e intermitente, é o sintoma e o sinal mais comum em CaB, ocorrendo em 75% dos pacientes.

• Sintomas irritativos como aumento da frequência, urgência e dificuldade miccionais, constituem a segunda apresentação mais freqüente de CaB, ocorrendo em 25% dos casos.

Diagnóstico

Cistoscopia

Cistoscopia (endoscopia vesical realizada através da uretra) é a conduta padrão no diagnóstico e acompanhamento do CaB. No entanto, a cistoscopia convencional não detecta cerca de 25% de tumores pequenos, o que demonstra que quando o exame é negativo, ainda assim pode haver neoplasia em percentual significativo de casos.

Exames de Imagem

A ultrassonografia abdominal (US) apresenta alta sensibilidade na detecção de tumores vesicais com mais de 0,5 cm, sendo de utilidade por seu baixo custo e por não ser invasiva.

A possibilidade de se encontrar tumor urotelial no trato urinário superior em casos de CaB situa-se em torno de 1 a 4%. Nos CaB de alto grau a ocorrência de tumor no trato urinário superior pode se elevar a cerca de 10%.9 Portanto, investigação do aparelho urinário superior em CaB deve ser reservada a pacientes de alto risco, com o emprego da tomografia computadorizada ou da ressonância magnética.

Tratamento Inicial

O tratamento inicial dos tumores de bexiga consiste na ressecção por via endoscópica. O material da base tumoral deve ser enviado em separado para análise histológica com a finalidade de verificar-se a presença de invasão muscular.

Tumor Superficial

Ressecção Transuretral (RTU)

A RTU é o procedimento padrão para diagnóstico, estadiamento patológico e tratamento do tumor superficial de bexiga.
Após a RTU do tumor vesical, vários parâmetros são utilizados para identificar os pacientes com maior risco de recorrência e progressão, e então escolher o tipo de terapia intravesical.

A RTU inicial pode subestadiar o tumor de bexiga entre 14 a 25% dos casos ou ser incompleta 37% a 54% deles. Por essa razão, uma nova RTU (Re-RTU), realizada 4 a 6 semanas após, deve ser indicada em ressecções incompletas e em todos os tumores de alto risco de recorrência.

Terapia intravesical

Tumores uroteliais de risco intermediário e alto possuem índices de recorrência entre 60 e 90% e risco de progressão de 30 a 50 % se tratados apenas com RTU. Nesses casos indica-se terapia intravesical com BCG ou agentes citotóxicos como agencitabina.

Carcinoma de Bexiga Invasivo da Camada Muscular

Cistectomia Radical com Linfadenectomia Pélvica

A cistectomia radical (retirada total da bexiga) com linfadenectomia pélvica é o tratamento principal no CaB músculo invasivo. Os principais fatores que determinam a evolução do CaB são a eficiência da cistectomia e a extensão da linfadenectomia. No homem, deve ser realizada a cistoprostatovesiculectomia e a exenteração pélvica anterior na mulher, o que inclui útero, tubas uterinas, ovários, bexiga e parede vaginal anterior.

A linfadenectomia deve incluir todos os linfonodos da cadeia ilíaca comum, ilíaca externa, fossa obturadora e hipogástrica com extensão pré sacral até a bifurcação aórtica. Após a confirmação da invasão muscular pela RTU, a cistectomia deve ser realizada o mais breve possível. O retardo do tratamento, com demora maior do que três meses entre a RTUB e a cistectomia reduz em 27% as chances de sobrevida em 5 anos.

Reconstrução urinária

Das diversas opções possíveis, as mais utilizadas são a neobexiga ortotópica,  o conduto ileal e a derivação urinária cutânea continente. A Derivação ortotópica é contra indicada em casos de comprometimento da margem cirúrgica uretral, função renal alterada (creatinina >2,0 mg/dl), doença intestinal inflamatória ou condições gerais que dificultem o cateterismo intermitente, se necessário. A Ureterostomia cutânea é uma opção nos casos de cirurgia paliativa e pacientes em más condições clinicas.

Cistectomia parcial

A cistectomia parcial pode ser feita em casos excepcionais e sempre acompanhada de linfadenectomia. Indicações restritas a tumor único de cúpula, ausência de carcinoma in situ em tumores não recidivados. Eventualmente cistectomia parcial em tumores presentes em divertículos é uma opção válida.

Estratégias de Preservação vesical

Regimes terapêuticos empregando RTU ampla associada à radioterapia com quimiosensibilizador e quimioterapia adjuvante têm sido usados como tentativa de preservação da bexiga.

Quimioterapia Peri-operatória

Após a realização da cistectomia radical, cerca de 50% dos pacientes com doença invasiva desenvolverão metástases e morrerão em conseqüência da doença. Esta alta taxa está relacionada principalmente a micro-metástases presentes na ocasião do tratamento cirúrgico e não diagnosticadas pelos métodos de imagem atualmente disponíveis. A utilização da quimioterapia no câncer de bexiga invasivo objetiva o tratamento destas micro-metástases, com diminuição da recorrência tumoral e, consequente, aumento da sobrevida.